Mudar para inovar

Por Daniel Brandão

Este será um ano definitivo. O momento exige da Move lançar novas propostas, experimentar outros limites e correr mais riscos. Só assim podemos alavancar nossa contribuição para ampliar e qualificar o impacto social positivo de iniciativas públicas e privadas, nossa missão.

Reinventamos nossa organização. Internamente ajustamos o time, áreas e protocolos para sermos mais eficientes e capazes de aprender a partir da nossa prática. Trabalharemos para que todos os serviços prestados possam alimentar-se mutuamente, num ambiente de convergência de experiências em que cada dado, ferramenta ou decisão seja útil a toda a nossa comunidade de parceiros, clientes e colaboradores.

Vivemos a maternidade de colaboradoras e estamos convocados a equilibrar as condições do trabalho com o momento de vida destas mulheres. Nossa agenda de gênero, que muito já circulou por reflexões teóricas, se expandiu e exige avanços. A diversidade da equipe foi questionada e fez eclodir o tema racial, instalando a necessidade de assumirmos ações afirmativas. Sem dúvida, gênero e raça não são questões triviais. Nosso valor é permitir que tais temas se manifestem e buscar, entre conversas afetivas e diálogos tensos, os caminhos mais saudáveis para a Move.

O princípio instituído é ter nesta experiência de mudança organizacional, com suas alegrias e aflições, a base para nos ajudar a entender mais e melhor as dores dos clientes. Assim, apresentaremos soluções mais apropriadas aos desafios que encontram.

Reconhecemos e sustentamos nossos talentos e seguiremos oferecendo processos profundos de avaliação e planejamento estratégico, preocupados com leituras críticas de programas e políticas sociais. Observamos, entretanto, que isso está limitado e novas formas de contribuir com iniciativas de impacto social são necessárias.

Procuramos, então, a inovação. Estudamos o emergente movimento de organizações lean e a ele nos conectamos. Adotamos a proposta embrionária dos Feedback Labs que sugere incorporar o dispositivo do feedback para compor, junto com a avaliação e monitoramento, os pilares que ancoram a aprendizagem organizacional. Ainda em construção, esta abordagem versa pela agilidade, busca o essencial e é orientada para a produção de insights, mais do que conclusões absolutas, leis ou verdades finais que, demasiadas vezes, são inviáveis de serem geradas no contexto de intervenções sociais.

Assim, nosso portfólio se amplia. Além das frentes tradicionais de atuação, aprofundamos nossa disposição em trazer qualidade e rigor para o desenho de novos institutos e fundações por meio de estudos, planos e teorias de mudança bem estruturadas. Flertamos com os fluxos colaborativos articulados na agenda do impacto coletivo, entramos com mais interesse na área de valor compartilhado e iremos oferecer, finalmente, processos formativos na forma de cursos, seminários e workshops.

Enxergamos um oceano à nossa frente. Agora é lançar-se à navegação. Confesso que ainda não temos tudo pronto, as ferramentas totalmente desenhadas, as soluções cristalinas. Não, isso nos seria impossível e até contraditório. Iremos polir essa nova organização ao longo do caminho, aprendendo com o que a realidade irá nos mostrar. O que está claro é este horizonte, o entusiasmo para a jornada, a curiosidade para aprendermos e um claro senso de missão para cumprirmos cada vez mais nosso apoio ao impacto social positivo. Assunto este ultra relevante neste momento político que vivemos.

A ver onde chegaremos.  E que possamos navegar juntos.

Daniel Brandão
Diretor Executivo

Move Social
Fevereiro de 2019